O livro de Jó é paradigmático ao
expressar um pensamento e uma teologia, na resposta a pergunta: Porque sofrem
os justos?
Sua história é clara ao mostrar que
a perfeição de um homem não o livrou do sofrimento e da dor.
As dores na vida de Jó foram as
piores possíveis, sofrendo problemas financeiros, familiares, saúde,
psicológico dentre outros.
A visão que as pessoas tinham de
Deus no tempo de Jó era a da recompensação, ou seja, se fossem bons Deus daria recompensas
boas e se fossem maus a punição viria imediatamente. Essa ideia a respeito de
Deus consegue ser eficiente até certo momento, portanto, mostra-se em dificuldades
para explicar porque sofrem os justos. No capítulo 2 e versículo 3 do livro de
Jó o próprio Deus da testemunho de que Jó sofre sem justa causa.
A visão que temos é que Deus é
todo-poderoso e bom, e que por ser onipotente e deseja fazer o bem quer ver os
seres humanos felizes e sem sofrimento. A questão é que por vezes encontramos
essas pessoas que são boas e fieis sofrendo, qual a coerência portanto entre a
visão que temos de Deus e a triste realidade humana?
Dizemos no íntimo que são hipócrita os
justos que sofrem porque a visão que temos do santo não nos possibilita dizer
que Ele aceite o sofrimento dos justos até porque isso seria injustiça, mas, o
certo é que pessoas justas, na medida da possibilidade humana estão sofrendo.
E a melhor resposta para essa incógnita
está no livro de Jó. Este livro mostra que esse homem era justo a tal ponto de
que o próprio Deus dera testemunho de sua vida. Mesmo assim ele sofreu.
Ao olhar aquela criança de três anos
que foi encontrada morta na praia ao tentar fugir do terrorismo com seus pais nos
perguntamos o que essa criança fez para que tivesse tal fim? Aqueles que querem
preservar a ideia de que Deus é responsável por tudo diz que são os pecados dos
pais, muçulmanos, que caíram sobre o corpo daquela criança.
Esquecemos que o Deus apresentado
por Jesus diz que cada um é responsável pelo seu pecado e portanto os filhos
não podem ser culpados pelos pecados dos pais.
Mas a pergunta permanece, porque sofrem
os justos e os inocentes?
No versículo 7 do capítulo 42 Deus
se volta aos amigos de Jó que o haviam acusado Jó de pecado para defender a
imagem de Deus, e Deus fala veementemente contra ele e seus amigos. Afirmando
que sua ira se acendeu sobre o Temanita por não falar de Deus o que era reto.
Da
mesma forma devemos ter cuidado quando em nome de uma teologia acusar um irmão ou
julgá-lo. Deus está muito além da imagem que temos dEle.
Apesar disso, a pergunta permanece:
onde está Deus no sofrimento dos justos?
Pela revelação de Cristo, Deus está
junto com aqueles que sofrem. Se você for o causador da injustiça, certamente
Deus está contra você. Se o cristão for o causador da injustiça Deus estará ele,
independentemente da placa denominacional.
Deus está junto com a vítima do
estupro, não importa que seja cristã, muçulmana, umbandista. Deus está com os desapropriados
da terra, não importam que sejam petistas americanas ou africanas. Deus luta em
favor daqueles que são injustiçados.
O melhor que fazemos é nos calar
diante do incompreendido, pois sabemos mais de Deus no silêncio do que na argumentação.
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